quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Efemeridade da vida

Há alguns dias assisti um filme lindo em vários aspectos, me pus a refletir a respeito do quão efêmera é a vida e as coisas que usamos para preenchê-la. Pensei no quanto os laços que unem umas pessoas às outras são delicados e podem se romper rapidamente, fatalmente ou por escolha própria, às vezes perdemos aqueles que mais se importam conosco, e por mais que seja clichê, nunca é demais repetir que só percebemos isso no momento em que notamos a falta que essas pessoas nos fazem. No dia 29 de setembro de 2005, experimentei uma dor que jamais poderia explicar com palavras, perdi uma das pessoas que mais me amou em vida, apesar do seu jeito torto de lidar com os outros, esse sentimento nunca foi posto em dúvida, nosso laço não se rompeu, ele foi interrompido pela vontade divina, mas não se rompeu... O amor que sentíamos um pelo outro permanecerá em mim enquanto eu viver, nossas lembranças, brincadeiras, músicas, gostos em comum, tudo reflete o quanto ele marcou minha vida. As vezes posso senti-lo por perto, outras o vejo projetado em mim, quando me pego falando como ele, agindo como ele, sentindo como ele. Daqui há uns anos, eu terei vivido mais tempo sozinha do que o tempo que vivi com ele, e percebo ao passar dos anos que as lembranças estão ficando cada vez mais vagas e de repente me pego chorando, por motivos só meus, que só eu entendo: Um filme, uma frase, um cheiro. O ápice desse filme é a dor ao perder pessoas essenciais a nossa vida e se podemos continuar a vida sem elas. Mostra as diferenças, os sacrifícios e os problemas que a maioria das pessoas enfrenta no dia a dia, afinal, onde há amor há dor. Mas ressalta o quão é importante tolerar. Me ponho a pensar sobre como preenchemos nossa vida e cada vez mais acredito que não vale a pena perder tempo com aquilo que não te dá prazer, sim, quando falo em prazer, não me refiro aos momentos de folga e descontração, me refiro ao prazer em fazer aquilo que gosta, que se identifica, em desenvolver algo que te proporcione orgulho próprio, de aproveitar a dádiva da vida para deixar sua marca no mundo, por menor que seja. Não percamos tempo apenas com coisas fúteis, não sejamos hipócritas ao dizer que não precisamos delas, mas se procurarmos investir mais naquilo que somos do que naquilo que temos, tenho certeza que no final da nossa vida veremos o quanto fomos felizes, não o tempo todo, mas na maior parte dele. Enquanto escrevo esse texto, escuto uma das músicas do filme, talvez a trilha sonora tenha me comovido e com certeza me chamou atenção para assisti-lo. Realmente, as músicas são incríveis e com letras significativas, na verdade, a música de certa forma move o filme, como a maior paixão dos personagens principais. Diante tudo, eu posso dizer que ando meio pensativa, desde o dia em que vi o filme, me sinto um pouco angustiada, ao pensar em perder de uma só vez minha família, mesmo sabendo que é a lei da vida, ninguém está pronto para algo assim. Mas a mensagem que fica no final, é que por mais duro que pareça ser, o mundo não para por nossa causa, porque estamos sofrendo e sempre nos resta algo, para que possamos tomar como motivação e continuar nosso caminho. Podemos sim continuar, eu continuei, e eu sei que era o que ele queria. Só nos resta pedir a Deus para me proteger, para protegê-lo, para proteger aqueles que amo e seguir em frente. If I stay? Devemos ficar, devemos lutar. "I see you soon, I'll see you soon.." (Eu vejo você em breve, eu verei você em breve) FILME: SE EU FICAR

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